Por Gabriel da Silva Vidal Cid
Na última sexta-feira, 29 de
março aconteceu no Instituto Multidisciplinar, da Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro (UFRRJ), em Nova Iguaçu, o Primeiro Seminário Tombamento de
Terreiros no Rio de Janeiro: diálogos, perspectivas e demandas. O Seminário fez
parte das atividades desenvolvidas no âmbito da parceria estabelecida entre a
Universidade e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN). Esta parceria busca produzir subsídios para a implementação de
políticas públicas de preservação de terreiros de candomblé no Estado do Rio de
Janeiro, em especial na Baixada Fluminense.
Reuniram-se na Universidade
lideranças de quatro terreiros de candomblé do Rio de Janeiro que já
solicitaram o tombamento, representantes do IPHAN e a equipe de professores,
pesquisadores e estudantes da UFRRJ, além de especialistas no tema convidados, com
destaque para a palestrante Carla Ferreira Nigueira, Makota do Terreiro Bate
Folha, de Salvador, Bahia.
Os
representantes dos terreiros Asé Nassó Oká Ilê Osun, de Nova Iguaçu, Santo
Antônio dos Pobres – Ilê Ogum Megegê Asé Baru Lepé, de Duque de Caxias, Culto
Corte Real da Nação de Ijexá - Ilê Ti Osum Omi Iya Iiya Oba Ti òdô Ti Ogum Alé,
de Belford Roxo, eIlê Omulu Oxum, de São João de Meriti, trouxeram para o evento
um pouco de sua história e apresentaram suas perspectivas sobre preservação.
Por outro lado, os representantes do IPHAN trouxeram algumas informações sobre
como se dá um processo de tombamento e outros instrumentos existentes. Está
projetado outro seminário semelhante para o segundo semestre, buscando o
aprofundamento dos debates. A equipe da Universidade, coordenada pelo professor
doutor Otair Fernandes de Oliveira (PPGPaCS/UFRRJ), pretende avançar no diálogo
com os terreiros visando colaborar para um processo de tombamento que respeite
e valorize os fundamentos civilizatórios africanos e o protagonismo dos
terreiros em manter, ensinar e preservar esses fundamentos entendidos como
patrimônio da cultura afro-brasileira. O Seminário contou ainda com a
performance de Iya Lucia de Oxum e da Orquestra de Atabaques Alabê FunFun.Fotos de Oscar Liberal/IPHAN