“Quero dar início a esta
audiência fazendo um pergunta, que me parece ser uma pergunta de todo
iguaçuano: como é feita a distribuição de água em nossa cidade? Há 42 anos eu
acompanho minha mãe acordar às 3 horas da manhã, no bairro Corumbá, para ligar
a bomba d’água na esperança de encher sua caixa. Se água que abastece a cidade
do Rio de Janeiro sai daqui, por que nós temos que passar por esta situação?”.
As indagações foram feitas pelo vereador Carlos Alberto Ribeiro da Silva,
Carlinhos BNH, organizador da audiência pública, que aconteceu na tarde da
última quarta-feira, dia 26, na Câmara Municipal, para discutir o serviço
prestado pela Cedae no município. Assunto polêmico, reclamações e denúncias não
faltaram. O presidente da Casa, vereador Felipe Rangel Garcia, Felipinho Ravis,
conduziu junto com Carlinhos o evento.
Único representante da Cedae
presente, Jorge Mario Elerati, superintendente da empresa na Baixada, não pôde
esclarecer muitas questões, como a pergunta do vereador Vagner Mateus, Vaguinho
Neguinho, sobre que suporte a Cedae está dando às 125 famílias desabrigadas
pelo rompimento de uma adutora, que aconteceu há 2 semanas. Segundo Elerati,
esta é uma questão que só o departamento jurídico da Cedae pode esclarecer.
O contrato de concessão
assinado entre a prefeitura de Nova Iguaçu e a Cedae, datado de 2004 e com
validade até 2034, também foi alvo de muitas críticas. Para o procurador geral
de Nova Iguaçu, Rafael Alves de Oliveira, o contrato é ilegal: “A Cedae impõe
que a população pague por uma água que ela não tem”.
Inúmeros pontos de vazamentos,
rompimento e falta de conhecimento da localização das redes adutoras, além da
falta d’àgua nas residências e nos estabelecimentos comerciais, fizeram parte
do rol de denúncias apresentadas. O presidente da Codeni (Companhia de
Desenvolvimento de Nova Iguaçu) Paulo Cesar, disse não entender como a Cedae,
que teve um lucro de R$ 832 milhões, de 2017 a 2018, apresenta tantas
irregularidades na prestação do seu serviço.