TROCANDO EM MIÚDOS - Correio da Lavoura

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11 de jun. de 2019

TROCANDO EM MIÚDOS

Por Almeida dos Santos


O tempo como adversário
Rogerio Lisboa teve de tudo para consagrar-se como um prefeito que escreveria o seu nome na história de Nova Iguaçu mudando a forma de se fazer política, inaugurando uma era diferente de governar. Venceu Bornier no primeiro e segundo turno com uma diferença de votos que lhe dava autoridade para isso. Mas não soube usar, apesar de no início da gestão até ter se saído bem.

Sabendo da dívida de três folhas salariais herdada do seu antecessor, Lisboa apostou na austeridade administrativa e financeira repactuando contratos para gerar economia. Uma medida correta, mas agora passando mais de 50% do seu mandato, o que se vê é o prefeito isolado no seu próprio grupo e preso na necessidade de cumprir acordos políticos com alguns aliados de fora. Ao mesmo tempo a saúde financeira dos cofres públicos não é tão boa assim. Equilibrada, talvez!

A relação com o Poder Legislativo é a mais frágil que se possa imaginar. Suas alianças partidárias são menos institucionais possíveis e as alianças políticas estão no campo das personalidades e não as alianças e relações partidárias. Para piorar, a sua relação política com os atores políticos da cidade não lhe dá um bom suporte para uma base eleitoral forte. Sintetizando: Lisboa não conseguiu criar em torno do seu nome um “trilátero” de forças no seu projeto político, no seu projeto de alianças partidárias e no seu projeto eleitoral.
No projeto de alianças o Lisboa não manteve a institucionalidade nas relações. Isso significa que não construiu e nem se instituiu como parceiro dos partidos locais. Ficou apenas nas personalidades dos partidos.

No projeto político não dominou como devia a boa relação com a Câmara, mantendo uma independência e sendo harmônico. Hoje perde tempo com desgastes políticos que afetam o seu lado eleitoral devido a isso. Por último, o seu projeto eleitoral se vê ameaçado pelos dois outros pilares que mantém um político. Em suma, vejo que o Rogerio Lisboa não teve uma boa gerência nesses campos e nem formou em torno de si um grupo que interagisse no eleitoral, no partidário e no institucional.

Antes de perder para qualquer adversário, Lisboa perde para o tempo.

Inauguração
Na próxima sexta-feira, dia 14, deverá ser inaugurada uma extensão do escritório político do deputado Max Lemos (PDT), em Nova Iguaçu. Como se sabe nas rodas políticas, Max é pré-candidato a prefeito na cidade.

Frente de centro-esquerda
Não se surpreendam se nessas eleições os partidos PDT, PT, PCdoB estiverem no mesmo campo. Inclusive atraindo o PSB.

Tricô ou costura?
O prefeito Rogerio Lisboa estava na última quinta-feira, dia 6, nas imediações da ALERJ batendo um papo com Lourival Casula (PT), conhecido antigo dele. Casula foi secretário de Desenvolvimento de Maricá, na gestão do prefeito Quaquá (PT), hoje presidente estadual da legenda. Resta saber se era tricô ou costura? Depois conto mais sobre isso.