Vaca atolada, pizza,
escondidinho, bolo doce, pudim, bolinhos de diversos sabores. Tudo tendo como
base um mesmo ingrediente, o aipim. Estas serão algumas das iguarias da 12ª
edição da Festa do Aipim, que acontece nos dias 12, 13 e 14 de julho, em
Tinguá. O evento, que tem o apoio da Prefeitura de Nova Iguaçu, volta a ser
realizado após quatro anos sem festa e retorna à Praça de Tinguá, seu local
original.
A Festa vai valorizar não somente o produto destaque do evento, mas também os
artistas locais. Serão dois palcos. No dia 12 de julho, sexta-feira, data de
abertura do festival, a animação fica por conta do pagode do Virou Batuque, a
partir das 19h. Na noite de sábado, mais pagode, desta vez com o grupo Sonho
D’Moleque. No domingo, o encerramento será ao som do forró de Daniel Guerra e a
banda Pimenta do Reino. Para os amantes de MPB, haverá duas apresentações
especiais da cantora Jeneffer Quintão, no sábado e no domingo, das 13 às 15h.
As atividades do festival começam na sexta-feira, a partir das 19h, e no sábado
e domingo, a partir das 11h.
“O aipim representa mais da metade do faturamento da produção agrícola de Nova
Iguaçu. Por isto, é importante voltar a organizar esta festa que se tornou uma
importante tradição na cidade, resgatando sua origem, na Praça do Tinguá, e sua
essência, a gastronomia”, afirma o prefeito Rogerio Lisboa.
A Festa do Aipim é realizado
pela Associação de Moradores e Amigos de Tinguá (AMAT) desde 2004, com o
objetivo de destacar o cultivo da planta na região e as opções de seu uso
gastronômico. Segundo Leonardo Gomes, presidente da AMAT, “a união da
comunidade é o carro chefe da festa”. “Unimos cultura e gastronomia local”,
afirma ele, explicando que a festa ajuda a gerar renda para os moradores de
Tinguá na época do inverno.
A geração de renda para a comunidade também é destacada pelo secretário
municipal de Meio Ambiente, Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Turismo,
Fernando Cid. “A Festa do Aipim tem um viés de gerar renda para o arranjo
econômico local. É um ganho econômico e social para a cidade”, afirma Fernando
Cid. Ele explica que a volta às raízes era um desejo antigo dos culinaristas de
Tinguá. “Eles afirmam que entre 2013 e 2015, quando o festival saiu da praça e
ganhou status de megaevento, houve um desvio de foco, que passou a ser os shows
dos grandes artistas e não mais a gastronomia”, explica Cid.
Produtor de aipim há mais de
15 anos, José da Silva Oliveira, 64, participa do festival gastronômico desde a
segunda edição, em 2005. Ele conta que dois dos três megaeventos foram
positivos, mas garante que a festa na praça é mais bem organizada e lucrativa
para produtores e culinaristas. “É claro que a boa música deixa o ambiente mais
agradável, mas os megashows descaracterizam nossa festa. O público ia para ver
os artistas, não para apreciar a gastronomia. Na praça, estamos mais próximos
da clientela, é muito melhor e mais lucrativo, mesmo com um número de pessoas
bem menor em relação aos megaeventos”, garante o produtor.
De acordo com estimativas do sistema ASPA – Acompanhamento Sistemático da
Produção Agrícola, da EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
do Estado do Rio de Janeiro), em 2018 Nova Iguaçu contava com 287 agricultores
responsáveis pela produção de cerca de 3.2 mil toneladas de aipim, com um
faturamento bruto de mais de R$ 5,2 milhões. Em todo o Estado do Rio, são
4.687 produtores, produzindo 118.3 mil toneladas, com faturamento bruto de
R$ 127.6 milhões.