ENERGIA ELÉTRICA EM NOVA IGUAÇU É PRODUZIDA A PARTIR DO LIXO - Correio da Lavoura

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20 de ago. de 2019

ENERGIA ELÉTRICA EM NOVA IGUAÇU É PRODUZIDA A PARTIR DO LIXO

Nova Iguaçu entrou para o seleto grupo de cidades que utilizam o lixo produzido por seus moradores para geração de energia limpa. Usina instalada na Central de Tratamento de Resíduos (CTR) do município, localizada no bairro Adrianópolis, está gerando energia elétrica a partir do biogás produzido pela decomposição do lixo no aterro sanitário.
A usina será inaugurada oficialmente nesta quinta-feira (22). Por enquanto o sistema está operando de forma assistida. A unidade de geração de energia é composta por 12 motores movidos a biogás de aterro sanitário, que tem capacidade total de gerar em torno de 16,5 MW, com potencial para abastecer aproximadamente 65 mil residências de padrão médio de consumo de energia. A usina opera 24 horas por dia, nos 365 dias do ano. Foram investidos no complexo gerador cerca de R$ 100 milhões pela concessionária.
 
“A CTR de Nova Iguaçu foi a primeira licenciada no Estado do Rio e é modelo de referência em tratamento de resíduos. Agora estamos inovando mais uma vez. Ao gerar energia elétrica do biogás estamos resolvendo o problema ambiental dos gases gerados pelo aterro sanitário de forma correta”, comemora o prefeito Rogerio Lisboa. Ele lembra que a CTR é uma concessão pública do município.
 
O biogás é o gás produzido a partir da decomposição de resíduos orgânicos do lixo. É um tipo de gás inflamável composto por vários gases, como o metano (CH4) e o dióxido de carbono CO2). O biogás passa por vários estágios na usina de geração de energia, até ser encaminhado para a queima controlada no flare e/ou para outros sistemas de aproveitamento energético. Devido ao seu alto percentual de metano, gás com potencial de aquecimento global 21 vezes superior ao do dióxido de carbono, o biogás do aterro sanitário não pode ser emitido para a atmosfera.

Segundo o presidente da Empresa Municipal de Limpeza Urbana (EMLURB), Alexander Bento Rezende, o biogás obtido no aterro já vinha sendo aproveitado para operar no local uma unidade de tratamento de chorume, líquido gerado da decomposição de resíduos orgânicos, e para gerar créditos de carbono. Um crédito de carbono é a representação de uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida para a atmosfera, contribuindo para a diminuição do efeito estufa.  É calculado quanto de carbono deixou de ser emitido com essa substituição, gerando assim os créditos que viram moedas no mercado do setor. Empresas que possuem um nível de emissão de carbono muito alto e poucas opções para a redução podem comprar créditos para compensar suas emissões. 

Alexander lembra que a CTR de Nova Iguaçu foi o primeiro projeto do mundo aprovado através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), da ONU, de mitigação de gases de efeito estufa e venda de crédito de carbono. A energia produzida na CTR será comercializada no mercado para consumidores livres e em leilões de energia elétrica. Além do lixo de Nova Iguaçu, a Central de Tratamento recebe também resíduos de Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita e Nilópolis, e de grandes geradores. A unidade começou a operar em fevereiro de 2003. O local tem capacidade para receber 5 mil toneladas diárias de resíduos.

Foto: Divulgação