Um dia dedicado à discussão
sobre a importância dos cuidados paliativos ao paciente com doença crônica, com
foco na qualidade de vida. Assim foi a quinta-feira (29) das 160 pessoas que
compareceram a 1ª Oficina de Cuidados Paliativos promovida pelo Hospital Geral
de Nova Iguaçu (HGNI) e a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). O evento aconteceu no Centro de Estudos
Unig/HGNI e teve como objetivo também ampliar a comunicação entre o hospital e
as redes de atenção básica dos municípios da Baixada Fluminense, para garantir
o tratamento contínuo aos pacientes com doenças crônicas, em condições de alta,
após o processo de desospitalização.
“Estamos tentando sensibilizar
cada município da região para que dê assistência ao seu munícipe através do
‘Programa Melhor em Casa’, para que esse paciente receba cuidados contínuos em
casa com toda estrutura necessária e próximo da sua família” explica o diretor
do HGNI, Joé Sestello. Ele lembra que o ambiente familiar é um aliado no
tratamento. “Qualquer patologia com laço familiar próximo melhora e muito a
condição desse paciente”, completa o diretor do HGNI.
Participaram da Oficina
representantes do Programa Melhor Em Casa de Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis,
São João de Meriti e Nova Iguaçu. Foram realizadas seis palestras por
especialistas que abordaram temas variados dentro dos cuidados paliativos, como
o direito e a autonomia do paciente decidir o tratamento, o trabalho em equipe,
bioética e desospitalização. O diretor médico do Hospital da Cruz Vermelha
Brasileira, em Barra do Piraí, Joaquim D'Almeida, falou sobre a atuação de um
hospital de retaguarda com leitos para internação a pacientes com doenças
crônicas.
“O benefício do cuidado
paliativo é antecipar aos sintomas de doenças crônicas, progressivas e
incuráveis, fazendo a gestão do sofrimento do paciente visando oferecer
qualidade de vida e o conforto para essa pessoa”, explica Ernani Mendes,
fisioterapeuta e coordenador geral do Grupo de Estudo e Pesquisa em Cuidados Paliativos
da Fiocruz (Dihs/Ensp/Fiocruz). A oficina foi a 25ª realizada pelo Grupo.
O serviço social do HGNI
realiza um trabalho de vigilância para conhecer os casos que chegam à
emergência e fazer o contato com os municípios de origem, procurando oferecer a
melhor assistência ao paciente com doença crônica, que não tem necessidade de
internação, para que ele receba cuidados domiciliares. “Quando este paciente
está em condições de desospitalização, realizamos o contato para que ele seja
inserido na linha de cuidados adequados do seu município para evitar que
precise ser reinternado. Assim, procuramos garantir uma condição de saúde e uma
qualidade de vida maior a essa pessoa com programas de cuidados em seu
domicílio”, ressalta a coordenadora do Serviço Social do HGNI, Regina Hugo.
Para a assistente social
Regina Brandão, que atua no Programa Melhor em Casa de Mesquita há nove anos, o
evento vai acrescentar na melhoria dos cuidados ao paciente crônico na região.
“É importante a gente saber mais sobre os cuidados paliativos exatamente por
acreditar que o paciente que entra em terminalidade precisa ser cuidado em
casa, junto com a sua família”, explica Regina.
Também comandaram palestras a
advogada e mestre em saúde pública Danielle Barata, a assistente social e
presidente da Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário Gafrée
e Guinle, da Unirio, Edna Moreira, a médica oncologista Maria Izabel Dias
Miorim e o Presidente da Fundação Elisabeth Kübler-Ross, referência em cuidados
paliativos, Rodrigo Luz.