Jorge de Oliveira Machado, de
67 anos, viu sua vida mudar em dois meses. Diagnosticado com catarata, o
aposentado foi um dos beneficiados pelo convênio firmado entre a Prefeitura de
Nova Iguaçu e a Cirurgia Ocular São Cristóvão (COSC), para realização de
cirurgia de catarata pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele fez o primeiro procedimento
em 26 de junho e, na última quarta-feira (31), retornou à clínica para operar o
segundo olho e voltar a enxergar. Foram mais de dois anos aguardando para
resolver o problema.
“Eu não imaginava operar as
duas vistas tão rápido. Foi uma surpresa. Fiz duas revisões da primeira
cirurgia, peguei alta, encaminhamento e estou aqui pronto para fazer a
segunda”, disse o aposentado ao lado da esposa Maria Luzia, de 58 anos, que
acompanhou o marido. “Eu fiquei surpresa da segunda cirurgia ser tão rápida”,
declarou ela.
O convênio foi firmado em
junho e vai permitir a realização de uma média de 300 cirurgias de catarata e
600 atendimentos oftalmológicos por mês. Atualmente, Nova Iguaçu conta com 215
pacientes cadastrados na Central Municipal de Regulação aguardando pela
cirurgia. O objetivo da Prefeitura é zerar a atual fila e incluir novos
pacientes que ainda não entraram no sistema de regulação. “A expectativa é que
em três meses a gente zere a fila de catarata. É muito bacana ver a alegria do
paciente em enxergar de forma clara logo depois que acaba a cirurgia. É uma
alegria poder ofertar esse tipo de serviço aos nossos pacientes”, comemora o
prefeito Rogerio Lisboa.
Segundo o secretário municipal
de Saúde, Manoel Barreto, o paciente que necessita de exames oftalmológicos
deve comparecer a uma das unidades de saúde de Nova Iguaçu, onde será avaliado,
e em caso de necessidade de cirurgia, será direcionado à Secretaria de Saúde
para ser inserido no sistema de regulação. “Toda unidade de saúde é reguladora.
O paciente que chega na nossa clínica da família ou unidade básica com déficit
visual ou qualquer alteração oftalmológica vai ter uma avaliação clínica e sai
de lá com uma consulta marcada. Em caso de cirurgia, será inserido na regulação
e chamado para fazer o procedimento”, explica o secretário.
A família de Sueli da Rocha,
de 61 anos, seguiu a indicação explicada pelo secretário. A paciente aguardava
há dois anos pela cirurgia de catarata. Ela esteve na clínica nesta quarta
(31), realizou exames e deu início ao processo de recuperação da visão. “A
primeira etapa foi feita na Clínica da Família em Comendador Soares, onde
moramos. Me avisaram para comparecer à Secretaria de Saúde e de lá autorizaram
ela a fazer a cirurgia. Foi rápido. Ela já conseguiu operar um olho”, conta a
filha de Sueli, Alice da Rocha.
De acordo com o oftalmologista
e coordenador médico da clínica, Jaime Guedes, a catarata é um problema
reversível através de uma cirurgia minimamente invasiva. “Com a catarata, o
paciente perde a visão, opera e volta a enxergar novamente. É um procedimento
feito por uma técnica de microincisão, que não precisa de pontos. Quando a
pessoa perde cerca de 40% da visão, já é submetido a cirurgia”. Ainda segundo o
médico, a diferença da cirurgia de um olho para o outro é de cerca de um mês. “Após
operar o paciente vem para a revisão no dia seguinte e aguarda 30 dias,
utilizando o colírio indicado, para retornar e fazer a segunda cirurgia”,
completa.
A catarata e um processo de opacificação do
cristalino, que é uma lente natural dos olhos localizada atrás da íris. Essa
lente (cristalino) é normalmente clara e transparente. Com o aparecimento da
catarata, ela se torna opaca e impede a passagem dos raios luminosos que formam
a imagem no fundo do olho. A catarata é responsável por 20 milhões de cegos no
mundo, e no Brasil 350 mil pessoas apresentam cegueira por conta da doença. No
entanto, a perda de visão é reversível com a cirurgia.
Foto - Divulgação/PMNI