Nova Iguaçu recebe na próxima
semana o projeto ‘Roda-Hans – Carreta da Saúde’, do Ministério da Saúde em
parceria com a DAHW Brasil e a Novartis Brasil, que oferece atendimento
qualificado para o diagnóstico precoce dos casos de hanseníase. O veículo vai ficar
estacionado na Rua Arcelino Pereira Neves, no Centro da cidade, próximo ao
antigo polo gastronômico, nesta quarta (7) e na quinta-feira (8), das 9 às 17h. A
carreta é uma unidade itinerante com cinco consultórios e um laboratório, que
percorre várias cidades do país.
“É importante a vinda deste
projeto para Nova Iguaçu, para conscientizar a população que a hanseníase tem
cura e que o tratamento é gratuito e totalmente realizado pelo SUS”, afirma o
prefeito Rogerio Lisboa. Além de realizar exames dermatoneurológico para
favorecer o diagnóstico precoce dos casos e iniciar o tratamento imediatamente,
a ‘Roda-Hans – Carreta da Saúde’ também vai oferecer capacitação sobre a doença
para profissionais da rede municipal.
“Teremos um consultório
multidisciplinar com um médico, enfermeiro, fisioterapeuta e um médico do
Ministério da Saúde que estará capacitando nossos profissionais da rede para
detectarmos a doença de forma precoce. Muitas pessoas tem a doença e não sabem.
Temos que ter um olhar mais crítico para identificar a hanseníase, que não
mata, mas pode deixar sequelas”, explica a coordenadora do Programa de
Hanseníase de Nova Iguaçu, Maria José da Fonseca.
Ela explica que o município
faz o acompanhamento dos pacientes de hanseníase que já saem com o medicamento
da Clínica da Família Patrícia Marinho, no Jardim Paraíso, na Policlínica
Dirceu de Aquino Ramos, em Austin e no Centro de Saúde Vasco Barcelos,
considerado referência.
O Brasil ocupa a 2ª posição do
mundo, entre os países que registram casos novos de hanseníase, segundo o
Ministério da Saúde. Em Nova Iguaçu, em 2018, em toda a rede de saúde, 68
pacientes tomaram medicação e este ano já há 60 pacientes em tratamento da
doença.
“Em nossa rede, o atendimento
é feito de segunda a quinta-feira, das 8h às 17h. Se for diagnosticado, o
paciente começa imediatamente o tratamento, que pode ser de seis meses ou 12
meses. O paciente começa a tomar a medicação, passa pelo terapeuta ocupacional
e fisioterapeuta, que faz a avaliação. Ele toma uma dose supervisionada com um
profissional da saúde e um comprimido diário em casa para 28 dias. Ele também é
agendado para um fisioterapeuta”, afirma Maria José.
Moradora do bairro Palmares,
R., que preferiu não se identificar, é uma das 60 pacientes que faz o
tratamento da doença. Ela buscou o atendimento no Vasco Barcelos e acredita que
muita gente não procura uma unidade por vergonha ou por não saber detectar a
doença. “Comecei a tomar medicamento em junho, quando descobri essa doença.
Consegui detectar logo no início e isso vai facilitar minha recuperação. Quando
vi as manchinhas no corpo levei um susto, mas estou encarando o problema com
muita vontade, pois quero me curar logo”, contou ela.
A hanseníase, conhecida
antigamente como Lepra, é uma doença crônica, transmissível, de notificação
compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui como
agente etiológico o Micobacterium leprae, bacilo que tem a capacidade de
infectar grande número de indivíduos, e atinge principalmente a pele e os
nervos periféricos.
A doença pode acometer pessoas
de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, é necessário um longo
período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da
população infectada realmente adoece. Os principais sinais são: manchas na pele
com alteração da sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil;
comprometimento neural periférico em mãos e/ou pés e/ou face. Outros sinais:
dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços,
mãos, pernas e pés; caroços e inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e
doloridos; diminuição da sensibilidade e/ou da força muscular de olhos, mãos e
pés; áreas com diminuição dos pelos e do suor.
Foto - Divulgação
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