O chef Rodrigo Barros |
Da cozinha de um quartel da Polícia Militar para conquistar o Brasil. O chef Rodrigo Barros, de 38 anos, é um dos três cozinheiros do Estado do Rio que concorrem ao Prêmio Dólmã, considerado o Oscar da gastronomia brasileira. A disputa ocorre entre os dias 26 e 28 de março, em Teresina, no Piauí. Morador de Belford Roxo, onde abriu o restaurante “Churrasco do Rodrigo”, no bairro Heliópolis, Rodrigo foi criado em Nova Iguaçu e tem orgulho de representar a cidade. Cabo da PM, prestes a ser promovido a sargento, ele costuma fazer as gostosuras para os colegas de farda no 19º BPM (Copacabana). Rodrigo ganhou projeção nacional quando participou, em 2016, do reality culinário MasterChef Brasil.
O Prêmio Dólmã, criado em 2013, surgiu após um estudo de mercado que identificou uma demanda reprimida de um modelo de premiação que, em um único momento, envolvesse profissionais de cozinha de todos os estados brasileiros. O prêmio é celebrado nacionalmente por ser um reconhecimento e a valorização do trabalho e da dedicação dos profissionais que se destacam na área gastronômica e que contribuem para o aquecimento da economia brasileira.
Rodrigo Barros entra na disputa com um currículo de fazer inveja. Ele é vencedor do Goldchef Brasil 2017, da Vinícola Garibaldi, no Rio Grande do Sul, e atual vencedor do do concurso gastronômico de Caxias do Sul.
A sua cozinha vem conquistando os paladares de muita gente na Baixada. Cris Lima, proprietária do Reserva Gastronomia, em Nova Iguaçu, é uma das apreciadoras da culinária de Rodrigo.
— A comida dele é ótima. Quem puder experimentar não vai se arrepender — disse Cris Lima, ao saborear o prato espada rolê com purê de banana da terra, uma especialidade do chef (veja a receita ao lado).
Rodrigo se autodefine como um profissional detalhista, que tem paixão por comida e que trabalha duro para assegurar que cada prato que deixa a sua cozinha seja perfeito e chegue ideal à mesa de quem vai degustar.
— Como alguém que é apaixonado por comida e culinária, estou disposto a trabalhar nos fins de semana, de manhã cedo até tarde da noite para garantir uma excelente cozinha e a máxima satisfação do cliente — diz o mestre dos sabores.
UM TALENTO NUTRIDO NA COZINHA DE CASA
A paixão pela culinária começou bem cedo e na cozinha de casa, em Nova Iguaçu. Quando ele tinha 10 anos, a mãe Lélia, arquiteta, saía para trabalhar e deixava uma comida semipronta para Rodrigo. Com um paladar exigente e fome de pré-adolescente, ele passou a inventar alguns pratos.
— Minha mãe deixava o básico: arroz e feijão. A carne eu preparava e até aprendi a fazer uma farofa — relata.
O menino cresceu e se dedicou cada vez mais na elaboração dos pratos. As comidas gostosas, no entanto, eram saboreadas apenas pelos integrantes da família e por amigos. Em 2008, aos 26 anos, quando ainda não pensava em seguir na gastronomia, entrou para a Polícia Militar. Andando nas ruas de Copacabana, ganhou inspiração. Ao frequentar o restaurante Le Pré Catelan, na Av. Atlântica, do estrelado chef Roland Villard, Rodrigo prestou atenção nas receitas:
— Pegava a lista de ingredientes da receita e reproduzia em casa. Até que em 2015, participei de um concurso do Sesc e fiquei em segundo lugar. No ano seguinte, consegui uma licença e fui participar do MasterChef Brasil, o que mudou os rumos da minha carreira.
Fonte: Jornal Extra