Por Leandro Miranda
Pela definição da ONU, cultura “é o fundamento da identidade, da energia das ideias criativas dos povos, a cultura, em toda a sua diversidade, é fator de desenvolvimento e coexistência em todo o mundo”.
A cultura é algo muito forte, fala muito profundamente e é de um valor incalculável para a humanidade. Desde que Deus criou o homem Ele lhe incutiu a cultura quando lhe deu uma terra para cultivar, uma voz, o gesto, uma mulher ou um semelhante para conviver, roupas para se vestir, uma família, sua relação social e uma história. Portanto a cultura é algo inerente ao homem. Cultura vem de cultuar, entre os romanos tinha o sentido de agricultura, que se referia ao cultivo da terra. Sendo assim, a cultura vem de culto a algo que brota da terra. Dentro disso, cabe uma pergunta: “O que estamos cultuando, ou cultivando em nossa região para nós mesmos e para os outros”?
Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, a lei, a moral, os costumes, as tradições e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano, não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade do qual é membro. No século XVIII e XIX o conceito de cultura foi associado ao conceito de civilização e assim, de lá para cá, a cultura se confunde com noções de desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta, onde cultura se referia a um ideal de elite. E isso possibilitou o surgimento da dicotomia entre “cultura erudita” e “cultura popular”, ainda fortemente presente no imaginário das sociedades ocidentais.
Do ponto de vista das ciências sociais, isto é, da sociologia e da antropologia, a cultura é um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais aprendidos de geração em geração por meio da vida em sociedade. Como termo geral, cultura significa a herança social de toda a humanidade; assim, cultura como um todo, compõe-se de grande número de culturas, cada uma das quais é característica de um certo grupo de indivíduos.
Cultura, segundo a filosofia, é um conjunto de respostas para melhor satisfazer as necessidades e os desejos humanos.
Cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e se transmite aos contemporâneos e aos vindouros.
Cultura é o resultado de como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história.
Cultura é criação, pois o homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que o renovam.
A cultura é um fator de humanização, porque se a nossa cultura não é cultivada, então não teremos o que passar para as novas gerações e assim, o que somos fica para trás e, então, seremos o que outros grupos determinam que sejamos.
Cultura é socialização, pois homem (raça) só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura está em todos os aspectos da sociedade e da organização social.
Cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos. A expressão na arte é um desses símbolos e por onde eles mais são visualizados.
Toda essa definição do que é cultura, mostra que ela é inerente ao homem e à sociedade em que habita. Portanto, não valorizar a cultura é o mesmo que não dar valor as nossas questões sociais, as nossas relações pessoais e profissionais. É não valorizar aquilo que nos dá o embasamento para ser o que somos, cada um em sua área de atuação. É como desvalorizar a si próprio e aquilo que te faz ser homem (raça), ser humano e que te faz estar presente como cidadão.
Tratar a cultura como supérfluo é o mesmo que dizer que não precisamos dela. Mas como, se ela está em tudo e em todos e é transmitida de geração em geração? Se a cultura fosse retirada do meio de nós, em menos de seis meses todos estaríamos falidos, a sociedade entraria em colapso, a cidade seria o caos, o homem se barbarizaria e voltaríamos a ser primitivos. Até que novamente aprendêssemos a pintar em cavernas, para poder valorizar tudo o que a cultura nos proporcionou e nos proporciona ainda hoje e agora. Cada um tem uma responsabilidade com a cultura, tem uma dívida de gratidão com ela e não tem o porquê ver a cultura como algo supérfluo, desinteressante ou que não nos diz respeito.