ROBINSON BELÉM DE AZEREDO - Correio da Lavoura

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23 de jun. de 2020

ROBINSON BELÉM DE AZEREDO

Um abnegado guardião da história do centenário Correio da Lavoura

POR VINICIUS MENEZES AZEREDO


O domingo 14 de junho entristeceu sobremaneira a Família Correio da Lavoura. Nosso Editor-Chefe, Robinson Belém de Azeredo (76 anos), que por mais de meio século (52 anos) dirigiu de forma correta e retilínea este semanário centenário, nos deixou devido a uma parada cardiorrespiratória.

Seu coração cansou, porém teve espaço para acolher muitos amigos e dedicar-se de corpo e alma, àquilo que era o principal combustível de sua existência: o Correio da Lavoura.

Robinson, que em nossas conversas, muitas delas prolongadas ao longo da noite degustando uma cerveja, me falou o seguinte: “Cursei Economia na Universidade do Brasil (na Urca), tive uma gama enorme de grandes professores, mas o que me fascinava mesmo era quando entrava na redação do jornal e sentia o cheiro do papel. Larguei a Faculdade e me entreguei de corpo e alma ao Correio da Lavoura”.

Esse depoimento diz muito sobre sua personalidade. Ele incorporou o jornal de uma tal maneira, que era impossível dissociar um do outro.

À frente do CL, Robinson conseguiu a proeza de desbancar, por tempo de serviço, uma dupla afinadíssima, que por longo período ajudou a construir a imagem deste semanário: Luiz e Avelino Martins de Azeredo. Seu tio e pai, respectivamente.

Outro companheiro nessa longa jornada foi Gerson Belém de Azeredo, responsável pela parte de impressão e distribuição do jornal. Gerson nos deixou no Natal de 2008, aos 61 anos de idade. Os dois também compuseram uma grande dupla.

Grande Tricolor, Robinson se orgulhava em dizer que esteve presente no maior público do Maracanã (70 anos na última terça-feira, 16) num jogo entre clubes: o Fla x Flu de 1963 (com 194.603 torcedores presentes), em que o resultado não saiu do zero. Confidenciou-me mais tarde, que o jogo foi uma bela porcaria. Um dos últimos jogos do Fluminense que fez seu coração pulsar de alegria foi ano passado, na virada Tricolor sobre o Grêmio na arena gremista, em que o Fluminense, de virada, venceu o jogo por 5 a 4.

Fica a saudade de um homem ímpar, que sempre primou pela honestidade. Viveu uma vida extremamente simples e nunca se curvou diante deste momento em que POSSUIR, é mais importante que CONSTRUIR.

O Correio da Lavoura vai continuar, perpetuando a memória de todos aqueles que passaram e deixaram sua cota de contribuição. A sociedade iguaçuana merece respeito. Em memória de meu querido pai, continuaremos nessa jornada convidando a todos que desejarem prosseguir na continuação dessa bonita história. 

Sigamos em frente!