*Almeida dos Santos
Diferente dos demais candidatos a Prefeitura de Nova Iguaçu, o prefeito Rogerio Lisboa (PP), não anunciou oficialmente quem será o seu vice na corrida eleitoral de novembro. Essa decisão é uma das mais aguardadas para a definição cenário político atual, afinal é com base nessa escolha que a configuração dos grupos e forças políticas ganhará traços mais nítidos. Ela evidenciará quem são as pessoas que estarão ao seu lado não apenas para o futuro próximo na administração da cidade, mas também para uma possível carreira política pós-eleição municipal. Isso mesmo: a decisão de agora deverá ser tomada com “binóculos” visando 2022.
Imagino que para Rogerio Lisboa essa decisão tem um peso diferente. Não se trata apenas de ajustar um bloco para a disputa da eleitoral de 2020. E até pode parecer estranho, mas ela pesa mais é na formação ou em qual grupo ele estará inserido em 2022. Ou seja: a decisão do atual momento é a escolha dos seus aliados visando 2022, ocasião em que pode deixar a Prefeitura, caso reeleito, e dar continuidade ao seu projeto político, isso sem contar com a força política que ele precisará ter para enfrentar possíveis desgastes judiciais.
Não há como negar que qualquer opção que seja feita por Rogerio Lisboa na escolha do seu vice, neste momento, terá uma força contrária a decisão tomada. Portanto, imagino que ele optará por olhar o seu futuro na política, não será tão somente uma escolha para o agora.
O que se desenha agora é muito mais do que aliados ou adversários na disputa. A decisão de agora tem muito mais peso para 2022 do que a formação da chapa que disputará as eleições de 2020. E Lisboa sabe disso, talvez por isso aconteça essa demora no anúncio.
Desde quando deixou aliados como o ex-governador Anthony Garotinho, o que se vê é Rogerio Lisboa com pouca retaguarda de peso no cenário fluminense, exceto a do seu aliado e amigo Rodrigo Maia (presidente do Congresso), mas ele pode deixar a cadeira em fevereiro de 2021, ano que Lisboa terá que se desincompatibilizar caso queira ser candidato a deputado. E é aí que essa decisão atual implica muito na forma em que base Lisboa vai querer estar inserido em 2022.
*Almeida dos Santos é jornalista.