*Almeida dos Santos
O que vejo nos dias atuais, é uma Câmara bem diferente do passado. Independente dos interesses dos grupos que compunham a formação político-partidária, ideológica, seja de centro, de esquerda ou de direita, a Câmara protagonizava debates que atraiam um público disposto a acompanhar as falas das tribunas e os pensamentos plurais da cidade. Falas essas que defendiam posicionamentos fortes. Mas tudo isso se passou e não é por causa da pandemia, como alguns podem alegar.
Para ter uma ideia do quanto o interesse da municipalidade está sendo esquecido, o que vem tomando conta do debate são os interesses de grupos políticos ainda que custe a própria sobrevivência e pluralidade fundamental no processo democrático representativo. Óbvio é que, se diminui o número de vereadores, diminui o debate e a representatividade as quais muitos bairros ou entidades representativas se viam inseridas neles.
Ao reduzir o número de cadeiras, o Poder Legislativo “corta” o seu próprio pulso querendo provar que tem vida. São tantos os instrumentos que existem para o embate político que, ao diminuir-se frente ao adversário, é renegar a própria capacidade de saber usar desses mecanismos.
*Almeida dos Santos é jornalista.