*Almeida dos Santos
Em convenção usando aplicativo e realizada na segunda-feira, o prefeito Rogerio Lisboa (PP) confirmou a sua candidatura à reeleição tendo como vice o deputado federal Juninho do Pneu (DEM). Com isso, se eleita à chapa, Juninho terá que deixar o seu cargo em Brasília para acompanhar o prefeito na administração municipal. E conforme pessoas ligadas ao governo já falam na “rádio corredor”, Lisboa pretende completar o seu mandato de quatro anos caso reeleito. Ou seja: não pretende se desincompatibilizar do cargo para concorrer à outra função pública em 2022. Neste caso, Juninho do Pneu, se eleito na chapa com Lisboa, passará quatro anos como vice e deixando dois anos de mandato de deputado federal em Brasília.
Com a possível saída de Juninho do Pneu de Brasília, a bancada federal iguaçuana perderá um representante. Neste caso, numa cidade pós-pandemia, Nova Iguaçu terá que buscar novas formas de conseguir representantes na Câmara Federal. Hoje a cidade possui uma bancada de aproximadamente três deputados federais, que são eles: Dr. Luizinho (PP), Rosângela Gomes (Republicanos) e Juninho do Pneu (DEM).
Juninho deixando o cargo federal, quem assume é o irmão do pastor R.R. Soares. Nossa bancada terá menos um representante. Fora isso, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), deverá deixar a presidência do Congresso. E não é segredo que o Rodrigo Maia é um aliado do prefeito Rogerio Lisboa. Isso também vai afetar a representatividade de Nova Iguaçu em Brasília.
Se não bastasse essa queda na representação em Brasília, isso caso eleita a chapa Lisboa e Juninho do Pneu, ainda tem a redução do número de vereadores, esses que de uma forma ou de outra sempre estão ligados a deputados federais. Ou seja: haverá, também, um enfraquecimento político de Nova Iguaçu em buscar parcerias em Brasília.
Quem olha para São João de Meriti, por exemplo, vê a quantidade de deputados estaduais que representam a cidade. Inegavelmente uma bancada maior que a bancada de deputados eleitos com reduto em Nova Iguaçu. E se na Alerj não temos essa representação, exceto pelo olhar do presidente da Alerj André Ceciliano, sempre buscando ajudar Nova Iguaçu, estaremos menor tanto na Câmara dos Deputados em Brasília, quanto na Alerj.
Então, para resumir, o que quero dizer é que dependendo dos resultados, o futuro político-representativo de Nova Iguaçu terá menos personagens e com menos poder de intervenção política, isso justamente na era pós-pandemia. Ficaremos de “pires” nas mãos para angariar recursos com representações quando a necessidade de se investir no município, posterior à pandemia, será maior.
O futuro revela, no meu ponto de vista, o aprofundamento da falta de representatividade nos poderes constituídos. E seguindo o roteiro que escrevo aqui, não é difícil dizer que a cidade terá que melhorar muito a sua capacidade de investimento por meio de iniciativas próprias, o que fará de Lisboa em segundo governo com mais austeridade com os contribuintes locais.
*Almeida dos Santos é jornalista.