“Com o prematuro e infausto falecimento do jovem cultor do Direito, Dr. Dino de Barros Souza e Mello, este Município vê desaparecer uma das suas mais caras esperanças, pelo que cobriu-se de luto, deplorando entre as sentidas lágrimas vertidas neste transe de angústia e dor, a morte desse filho dileto e tão ilustre.
Muito jovem ainda, Dino Mello, inteligente, caráter independente e nobre, temperamento resoluto e forte, cheio de esperanças no futuro, mercê dos seus ideais alevantados, na sua curta mas brilhante passagem pela vida, deu os melhores exemplos de honradez, lealdade e de patriotismo aos seus conterrâneos, a quem não se cansava de concitar no sentido de trabalharem pelo progresso do solo iguaçuano. Graças ao prestígio alcançado à custa do seu valor pessoal e que entre nós soube conquistar a estima de quantos o conheceram e sempre renderam justas homenagens às suas peregrinas virtudes, que soube conservar intactas das que lhe foram legadas pelo seu saudoso pai, Cel. Bernardino Mello. Foi, não há dúvida alguma, um herdeiro verdadeiro da figura impoluta desse benemérito e inesquecível filho de Iguaçu.
A notícia do desenlace desse nosso querido amigo, que repercutiu tão dolorosamente na sociedade iguaçuana, circulou nesta cidade na quinta-feira (26 de janeiro de 1922) da semana finda, causando em todos a mais profunda consternação.
Não houve, entre nós, uma só pessoa que, conhecendo a personalidade de Dino Mello, não lamentasse profundamente esse golpe brutal, que feriu tão de perto a alma iguaçuana.
Dino Mello, depois de longos padecimentos, veio a falecer no dia acima aludido em casa de uma tia sua residente na Tijuca, para onde o levaram logo que aqui chegou de Palmira. Sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier, teve um acompanhamento numeroso de parentes e pessoas de suas relações, principalmente desta cidade, de onde não foram poucos os que acompanharam os seus restos mortais à última morada”.
(Reprodução da nota de falecimento do Dr. Dino Mello, veiculada pelo Correio da Lavoura na edição de 9 de fevereiro de 1922. Foto do arquivo do CL)