Thiago Rachid
Voltando ao tema do parque histórico e arqueológico de Iguassú Velho e já tendo feito uma introdução sobre o tema há duas semanas, tratemos agora das possíveis atrações do parque analisando um caso vitorioso no estado do Paraná.
No município de Carambeí, a 150 quilômetros de Curitiba, existe um parque histórico e cultural que é um dos maiores museus a céu aberto do país. O parque está dividido em: a Casa da Memória, a Vila Histórica, o Parque das Águas, o Centro Cultural Amsterdã e o Centro de Exposições.
O empreendimento paranaense é formatado dentro das características históricas e culturais daquela região que são diferentes daquelas de Iguassú em muitos aspectos. Porém, do conceito do projeto do Paraná é possível tirar muitas inspirações.
A primeira é a vila histórica. No parque foram construídas réplicas das casas do núcleo original da cidade. Este é o mais interessante, porque o nosso parque não tem mais nenhuma das construções de outrora, exceto a torre da Igreja e o muro do cemitério e precisaríamos reconstruir uma Vila de Iguassú dentro da ideia do falso histórico.
A Vila Histórica de Carambeí. Foto: APHC |
Não vou escrever aqui sobre o empreendimento do Paraná que os senhores leitores podem ver com uma busca no Google de uma forma muito mais clara do que seria a minha descrição neste texto, que só ocuparia espaço.
Eu trago esse exemplo do Paraná para mostrar que é possível. Nós precisamos debater qual será o modelo de gestão e o básico do que desejamos que seja feito no local, franqueando ao gestor também tomar suas iniciativas comerciais que podem ir desde um centro comercial a um centro de convenções no espaço do mesmo parque.
Em Carambeí foi criada uma associação que gerencia o parque e esta associação faz parcerias com entes públicos e privados. São fontes de receita um convênio com a Prefeitura, a Lei de Incentivo à Cultura e uma parceria com a Cooperativa Batavo. Será que este modelo funcionaria aqui ou deveríamos fazer uma concessão? Não tenho a resposta, mas convém debater. O certo é que não poderá ser administrado pelo município pois, se assim for decidido, nunca sairá do papel.
Parece-nos claro que o momento agora é o de decidirmos o que queremos para aquela área. Façamos audiências públicas, reuniões, o que for preciso. A partir do que for decidido nestas deliberações, formata-se um projeto e analisa-se a viabilidade política (se os senhores vereadores e o Poder Executivo estão dispostos a autorizar) e a viabilidade econômica, ou seja, se há investidores dispostos a financiar e gerir o projeto.
São linhas gerais do que deveríamos ver acontecendo. Todavia da teoria à prática há grande distância, é verdade. Mas é preciso dar o pontapé inicial. Muita coisa já está sendo feita por lá, mas como falamos no artigo de duas semanas atrás, é preciso que o projeto seja sustentável econômica e gerencialmente para que seja perene.
Vamos continuar falando do nosso parque histórico.
*Thiago Rachid é advogado e empresário.