Profissionais do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) participaram, na última segunda-feira (25), de uma roda de conversa sobre os cuidados com a saúde mental e a prevenção ao suicídio. Com o tema “Abrindo os Olhos para o Setembro Amarelo”, em alusão a campanha nacional que acontece ao longo deste mês, o evento abordou questões relacionadas a pessoas em situação de vulnerabilidade emocional, e a importância do acolhimento aos pacientes e funcionários que precisam de ajuda.
Por ser uma unidade que atende toda a Baixada Fluminense, região composta por 13 municípios, o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) recebe pessoas vítimas de crises emocionais devido a problemas com a saúde mental. Nos últimos três meses foram registrados dez casos de tentativa de suicídio. O preparo das equipes é essencial para oferecer uma assistência qualificada não só ao paciente como aos seus familiares. Além dos cuidados médicos, a equipe de psicologia também oferece o suporte necessário.
“É um tema que deve ser sempre debatido para que as pessoas tenham informações e saibam que não estão sozinhas. Em Nova Iguaçu temos clínicas da família e unidades especializadas prontas para dar o suporte necessário para quem sofre com problemas relacionados à saúde mental”, destaca o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Nobre Cavalcanti.
A conversa foi comandada pela psicóloga clínica Lucimá Gonçalves Dornelas, assessora técnica da superintendência de saúde mental, que pertence à Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS). A profissional é especialista na área psicossomática e falou sobre a importância desse debate, principalmente em um hospital de emergência como o HGNI.
“Se torna uma porta de entrada para atendimentos emergenciais a pessoas que tentam o suicídio. Além do atendimento no hospital, esse paciente também passa a ser acompanhado externamente em ambulatórios de saúde mental”, explica.
Coordenadora da equipe de psicologia do HGNI, Ana Claudia Bello reiterou a importância de se debater temas sensíveis como a tentativa de suicídio com o objetivo de capacitar e preparar o profissional para atender esse paciente.
“Temos que conscientizar todas as equipes sobre esse tema. Falar disso, tirar do silêncio, porque esse é um tema que as pessoas têm preconceito em falar. O que a pessoa não fala, ela faz e esse é um pedido de socorro. Precisamos estar sempre atentos para oferecer a possibilidade desse paciente ser acompanhado”, conta.
As atividades relacionadas à campanha “Setembro Amarelo” também foram realizadas na Maternidade Mariana Bulhões em unidades básicas de saúde do município e de urgência e emergência.
ONDE BUSCAR AJUDA
A cidade de Nova Iguaçu tem 21 unidades de saúde que fazem o acompanhamento em saúde mental. São ações conjuntas realizadas por consultas de psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais. Há os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) para a população adulta e infanto-juvenil. A Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA) de Austin oferece suporte de emergência psiquiátrica.
Também é possível buscar ajuda através do número 188, do Centro de Valorização da Vida. O serviço é gratuito e funciona em todo o país com atendimento de voluntários. O anonimato e o sigilo são garantidos durante a ligação.