Se as academias cuidam do corpo (até o pescoço), a indústria de cosméticos cuida do rosto. Num tempo em que o ideal de beleza, sob poderoso marketing publicitário, se “socializa” num país brutalmente capitalista, este setor da economia capturou milhões de consumidoras, principalmente as da base da pirâmide social que finalmente descobriram que o embelezamento não é somente um privilégio das senhoras e senhoritas da classe média pra cima. O fim do cabelo duro, por exemplo, que glamurizou negras e mulatas como alvo preferencial dos alisantes, colocando-as cada vez mais longe da mama África pelo menos do ponto de vista capilar.
Os avanços hoje assinalados nos remetem ao início dos anos 50 neste Nossa Memória, numa época em que os salões de beleza só enchiam por ocasião dos grandes acontecimentos: aniversários, casamentos, bodas, formaturas e grandes festas públicas.
É neste contexto que, na época do reclame, o CL veiculou por um bom período os efeitos da Pasta Seabrina, um produto do Laboratório Victory cujo apelo publicitário só era veiculado depois de ouvir as “estrelas brasileiras do nosso cinema, do nosso teatro e rádio...”.