A NOVA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL - Correio da Lavoura

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22 de out. de 2024

A NOVA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL

*Thiago Rachid


Para o observador atento, o cenário político de Nova Iguaçu tem muitas novidades. Além do novo prefeito eleito, cuja aliança eleitoral foi praticamente aclamada nas urnas, sem rival, o que só teve precedente semelhante (eu disse semelhante, não disse igual) na eleição de Nelson Bornier em 1996, temos também a devolução da cidade a uma relativa normalidade representativa.

Após dois atentados à representatividade popular patrocinados por Nelson Bornier e Rogerio Lisboa que, respectivamente, reduziram o número de cadeiras para as 17 da legislatura 2017-2020 e para as 11 da legislatura 2021-2024, o Município volta a ter um número razoável de vereadores. 

O número ainda é baixo, não tenho dúvida. A relação entre vereador e cidadão deve funcionar como uma espécie de formação da cidadania e carecia de uma maior proximidade, algo improvável numa relação de 1 vereador para quase 25 mil eleitores (aptos a votar).

Mas, deixando de lado os idealismos e voltando ao cenário real, sigamos falando das novidades. O prefeito eleito em 2024 é um político bem diferente dos que estamos acostumados. Não é um líder impositivo, é homem de diálogo. Não é razoável esperar um Dudu Reina que pretenda se impor como um rolo compressor sobre a Câmara Municipal.


Com esse temperamento ele desempenhou bem sua função como presidente da Câmara. Mas, nessa condição, lidava com apenas 10 vereadores. Agora, além de não ser mais um dos vereadores, terá que lidar com 23 políticos de personalidades das mais diversas.

E aí surge a importância do novo presidente da Câmara para a construção dessa nova conjuntura política municipal. Será necessário um vereador com perfil dinâmico, bom de conversa e que goze de credibilidade junto aos demais. Mas não só.

O chefe do Legislativo precisa ainda ser alguém da confiança dos caciques locais, assim como o prefeito o é. E quando falamos em caciques, estamos nos referindo atualmente a Rogerio Lisboa, Dr. Luizinho (e Carlinhos BNH) e Felipinho Ravis, sobretudo.

Nos bastidores falam-se já de alguns nomes. Aliás, antes mesmo da campanha eleitoral, já havia quem cravasse o nome do sucessor de Dudu naquela cadeira. Mas a circunstância que vale é a atual. É na realidade que as coisas acontecem. E, na realidade, não há a mesma certeza de que os prognósticos se confirmarão.

Todos os nomes cotados para a presidência da Câmara têm condições de, em alguma medida, exercer a função. Contudo, o que nos parece atender melhor às necessidades da conjuntura política da cidade e aos requisitos que elencamos anteriormente é o vereador eleito Marcio Fonseca. Mas não apenas a nós. Pelo que corre nos bastidores, é como pensam também alguns de seus pares.

Fonseca atende aos requisitos de personalidade e é alguém da confiança dos caciques locais. Além disso, as urnas lhe deram uma grande força com uma votação expressiva que fortalece a legitimidade de sua presença na cadeira de presidente da Câmara Municipal.

Resta-nos esperar e acompanhar o desenrolar dessa construção política fundamental para o sucesso da nova administração. Que aconteça o melhor para Nova Iguaçu.

*Thiago Rachid é advogado e empresário.