GOVERNO DUDU TEM CONDIÇÕES DE SER MELHOR QUE O DE ROGERIO - Correio da Lavoura

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26 de dez. de 2024

GOVERNO DUDU TEM CONDIÇÕES DE SER MELHOR QUE O DE ROGERIO

*Thiago Rachid


Aproxima-se o Ano da Graça de 2025 e um novo ano sempre renova as esperanças. Além de um novo calendário, teremos ainda um novo prefeito em Nova Iguaçu.

Apesar de bem avaliado e campeão de votos nas três eleições que disputou (as duas que venceu e nesta última que elegeu seu sucessor), Rogerio Lisboa não foi um bom prefeito. E a mudança me parece que será positiva. Explico adiante.

O leitor pode estar perguntando como Rogerio Lisboa conseguiria ser bem avaliado e ter tido tantos êxitos eleitorais sem ter feito um bom governo. Eu já expliquei isso em outra coluna recentemente, contudo, resumidamente, volto ao tema.

Em Nova Iguaçu as expectativas são sempre muito baixas. Ninguém espera muito dos governos. Isso já favorece quem senta naquela cadeira. Rogerio foi favorecido ainda pelas circunstâncias em que recebeu a Prefeitura, durante a maior recessão da história do Brasil. Após o início de seu mandato, o pior já tinha passado. E depois da tempestade, sempre vem a bonança, até pelo referencial anterior. Além disso, foi favorecido por um cenário político em que não houve nenhuma oposição relevante.

Mas o leitor poderá ainda estar confuso e se perguntando como será possível ter resultados diferentes fazendo a mesma coisa. Ou, ainda, como Dudu poderá ser melhor que Rogerio se é sua continuidade? Bem, a vida política e administrativa não é como a matemática e a natureza. O prefeito eleito é o escolhido de Rogerio, mas não é o Rogerio.

A começar pelo que vejo de mais relevante: o prefeito Eduardo Reina gosta de Nova Iguaçu. E isso não é algo que alguém me contou. Convivi com ele na nossa juventude e, já naquele tempo, em nossas conversas, pude testemunhar sua relação com a cidade e seus sonhos para ela. E de gostar de Nova Iguaçu entendo e posso dar esse testemunho a respeito do prefeito eleito.

Rogerio Lisboa é um sujeito pragmático. É um político habilidoso, atua para entregar o básico e olhe lá. Além disso, compreende que a sociedade só valoriza e reconhece o que é acessível aos sentidos mais básicos. Em outras palavras: ele é daqueles políticos que adotam a premissa de que o que o povo não vê e não entende, não importa tanto.

Não importa se a cidade está se endividando e o futuro está sendo comprometido. Ninguém sabe que isso está acontecendo. O que a sociedade enxerga é um muro pintado, uma decoração de Natal bonita, uma praça reformada. Coisas também muito importantes. E que o atual prefeito sempre priorizou em prejuízo daquilo que ninguém está vendo.

Por sua vez, em sua passagem como presidente da Câmara, Eduardo Reina demonstrou que se preocupa com aquilo que ninguém está vendo. Um bom exemplo era a tão negligenciada e vergonhosa dívida de aluguel da sede da Câmara Municipal, que ele negociou e quitou.

Se Dudu e Rogerio se parecem em alguns pontos, há também diferenças. E nestas diferenças coloco minha confiança em dias melhores (ou menos ruins) para Nova Iguaçu, pois aquilo que Rogerio tem que Dudu não tem, como a experiência de três décadas na política, o novo prefeito poderá adquirir. Mas o que Dudu tem de vantagem, não é possível aprender em quatro anos como, por exemplo, gostar da cidade, ter perspectiva de longo prazo e fazer o melhor também naquilo que ninguém está vendo.

O QUE PRECISA MELHORAR URGENTEMENTE

Não acredito que o prefeito eleito lerá essa coluna, mas convém registrar aos cidadãos dois pontos em que a cidade precisa melhorar com urgência.

Os anos do prefeito Rogerio Lisboa foram terríveis para a economia de Nova Iguaçu. Centenas de empresas fecharam. Algumas saíram da cidade e foram para ambientes menos hostis.

Em 2019, antes da pandemia, portanto, Nova Iguaçu foi a cidade campeã brasileira de desemprego, refletindo a trágica indiferença de Rogerio com a geração de riqueza.

Tenho esperança de que com o prefeito eleito não haverá essa indiferença, contudo, é preciso muito mais do que isso. Não temos apenas um passivo para resolver. Temos ainda os desafios próprios do mercado atual. Estamos no prejuízo e ainda temos que remar contra uma correnteza forte.

Não basta criar uma Secretaria de Desenvolvimento Econômico, ou coisa que o valha, para abrigar nela um aliado. Aliás, não é de mais secretarias que precisamos. Nossa urgência é de políticas públicas que orientem a estrutura perene da máquina pública, sobretudo (mas não só) a Secretaria de Fazenda, para o fomento. E se o prefeito eleito quiser conselhos sobre o assunto, nem precisa se preocupar com a credibilidade deles. O homem em quem ele provavelmente mais confia conhece bem do assunto, seu próprio pai, ex-secretário municipal da área fazendária.

Uma cidade economicamente à deriva jamais terá condições de alcançar melhor qualidade de vida. O que produz riqueza é a união de capital e trabalho em ambiente favorável, não é o governo. Sem uma revolução econômica, Nova Iguaçu vai seguir adiante na mediocridade e condenada à má qualidade de vida. E não será com medidas tímidas que isso acontecerá.

Um segundo aspecto emergencial é o de tratar da prevenção às enchentes. Como sempre digo, todos os anos começam com a certeza de que teremos Páscoa, Natal e enchente. E em 2025 não será diferente, dada às tímidas medidas tomadas nos últimos anos.

Não sou de alimentar falsas expectativas, mas o final do ano é tempo de esperanças. Para que tenhamos um Natal e um Réveillon felizes, então, vamos ao menos torcer por dias melhores no próximo ano e no próximo mandato na Prefeitura. Que Santo Antônio de Jacutinga e Nossa Senhora da Piedade, nossos padroeiros, intercedam por Nova Iguaçu em 2025. Feliz Natal! E muita saúde em 2025 para o povo de Nova Iguaçu.

*Thiago Rachid é advogado e empresário.