*Jorge Gama
No próximo dia 16 de março, haverá uma grande manifestação popular denominada “Fora Lula”. Não irei. Organizado pela direita, com adesão dos conservadores, contará com o centro. Essa forma de protesto público, adotada tradicionalmente pela esquerda, agora pertence à direita.
A esquerda perdeu as ruas. Não irei ao evento porque sou contra o impeachment do Lula. Vai demorar muito mais do que o da Dilma. Esse processo sairá muito caro ao País. Lula jamais sofrerá impeachment, irá renunciar no último dia, na decisão final.
Dirá que sofreu injustiça, que sempre deu a vida pelo Brasil, que deu tudo ao Congresso e ao Judiciário e agora está sendo apunhalado pelas costas. Saberá usar como poucos o vitimismo. Tudo isso ocorrerá em setembro ou outubro de 2026, faltando apenas 2 meses para a nova eleição presidencial. Nesse período, bilhões serão gastos para evitar o impeachment, a inflação ficará definitivamente fora de controle e o Brasil, na geopolítica, ganhará o rótulo de País inviável.
Esse será o mundo real. O cardápio dos analistas será variado. Os jornalistas, os influenciadores e os cientistas políticos estarão em alta. Já os realistas, como eu, ficarão observando a tragédia anunciada. Defendo a realização do ato para que a história não seja interrompida e para que a esquerda saiba que na política e na vida, nem todo dia é dia da caça. O PT, ancorado no adestramento ideológico, na mídia aparelhada e na política do “fora” Sarney, Collor, Temer, agora, no divã, não sabe o que fazer diante das redes sociais levando o povo às ruas e exigindo o “FORA LULAl!”. A fila andou, cara!
*Jorge Gama é advogado.