A peça da Cia Bambolina fará uma turnê pelo RJ, com sessões também em
São Gonçalo (2 de maio), Barra Mansa (30 de maio) e Madureira (31 de maio)
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(Fotos: Felipe Iruatã) |
Diretamente de Paraguaçu Paulista, a Cia Bambolina apresentará o seu novo espetáculo, a comédia “O Vestido da Rainha” em uma turnê pelo Rio de Janeiro. Com muita irreverência, o grupo formado por artistas da comunidade LGBTQIAPN+ rompe fronteiras cênicas ao misturar a pompa da monarquia brasileira com o brilho da cultura drag e o humor afiado dos memes contemporâneos e do universo LGBTQIAPN+, na peça que terá circulação pelo estado, com única apresentação dia 3 de maio, sábado, às 18h, com única apresentação no Sesc São João de Meriti. A sessão contará com libras e audiodescrição. A direção, texto e idealização é de Danilo Salomão.
“O Vestido da Rainha” também terá sessões nos dias: 2 de maio, sexta, às 19h, no Sesc São Gonçalo; 30 de maio, sexta, às 19h30, no Sesc Barra Mansa; e 31 de maio, sábado, no Sesc Madureira, às 15h. Os ingressos custam R$15 (inteira) e R$7,50 (meia-entrada).
Na história, que se passa em um período fictício da monarquia brasileira, três amigos estilistas, Athos (Carlos Galvão), Porthos (Ivan Pinto) e Aramis (Danilo Salomão) vivem um período de decadência por não conseguirem trabalho, já que exercem funções consideradas muito femininas à época. Até que são contratados pela Rainha Bernardete III (Raquel Dib) para produzir um vestido que será utilizado no maior evento da realeza. Mas o que parece um sonho de repente se torna um pesadelo e os três vão ter que bater muito cabelo para conseguir entregar um bom modelo.
Com um texto repleto de piadas ácidas, pitadas de deboche e personagens marcantes, “O Vestido da Rainha” aposta na diversidade e também mostra ao público o entrosamento da Cia Bambolina no palco, formada por amigos:
“A peça é uma comédia musical em que nós da companhia nos divertimos muito em cena e, consequentemente, divertimos o público com a alegria da nossa convivência. As pessoas vão gostar do todo: as músicas, a história e a estética. E claro, um espetáculo que fala do universo gay tinha que ter peruca, maquiagem, figurinos glamourosos e botas! Isso era essencial”, brinca Danilo.
MEMES E SHADE GERAM DINAMISMO E IDENTIFICAÇÃO COM O PÚBLICO
Ao misturar memes ao texto, o autor buscou trazer uma identificação imediata, já que é quase impossível falar em cultura POP gay sem mencionar os memes:
“Desde o início, queria que as pessoas se identificassem com o texto e aí surgiu a ideia dos memes, que é a cara do Brasil. Isso faz com que a dramaturgia se mantenha viva e que a cada nova apresentação um novo meme possa ser inserido, tornando tudo ainda mais dinâmico. O mundo anda tão conectado com o celular e desconectado das artes que eu queria, de alguma forma, fazer essa fusão”, explica.
Nos figurinos e no cenário - assinados por Ivan Pinto e com forte referência nas criações de Gabriel Villela -, a cultura drag sobressai, usando como pano de fundo a monarquia e todo o seu glamour.
“Sou um admirador da cultura drag, acho uma forma de expressão incrível e a maneira como as drags usam o humor, com os seus ‘shades’ está totalmente inserida na relação dos três costureiros e na forma como tratam da rainha. Acho que no teatro tudo é válido e ao mesclar tudo isso, a peça ganha camadas muito interessantes”, diz Danilo.
Apesar de não propor militâncias diretas, mas sim risadas e reflexões, “O Vestido da Rainha” é um espetáculo que se apropria do modo de ser da comunidade LGBTQIAPN+ para contar uma história leve e universal, e que cativa por meio da alegria:
“Nós queríamos contar uma história e ocupar os teatros do país com personagens abertamente homossexuais, com as brincadeiras, com o tratamento no feminino que é muito comum entre os gays, com os trejeitos afeminados, porque sabemos que a sociedade ainda não está totalmente preparada para encarar com tranquilidade a nossa existência. E para não medir ou dosar o quão gay cada personagem é, essa criação partiu de cada ator que pôde trazer para a cena as suas próprias vivências e experiências”, revela Danilo.
“O Vestido da Rainha” chega ao Rio de Janeiro impulsionado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar 2025. A peça teve sua estreia em 2023 após aprovação no PROAC/SP e já circulou por diversas cidades, também foi selecionada para o FESTA – Festival Santista de Teatro, o mais antigo festival de teatro do estado de SP, para o FETACAM – Festival Nacional de Teatro de Campo Mourão no Paraná e realizou curta temporada na Sala Renné Gumiel no Complexo FUNARTE, na capital paulista.
SINOPSE
Estamos na época da monarquia no Brasil. Athos, Porthos e Aramis são modistas que vivem um período de decadência, por não conseguirem trabalhos, já que exercem funções femininas para a época. Tudo muda quando eles são contratados pela Rainha Bernardete III para produzir um vestido que será utilizado no maior evento da realeza. Mas o que parece um sonho de repente se torna um pesadelo, e os três vão ter que bater muito cabelo pra conseguir entregar um bom modelo.
FICHA TÉCNICA
Texto e direção: Danilo Salomão. Cenário e figurino: Ivan Pinto. Composições: Danilo Salomão. Desenho de luz: Danilo Salomão. Operador de luz: Thi Chavier. Arranjos: Sam Moura. Maquiagem: O Grupo. Elenco: Carlos Galvão - Athos; Danilo Salomão - Aramis; Ivan Pinto - Porthos; Raquel Dib - Rainha; e Sam Moura – Mensageiro.
SERVIÇO
"O Vestido da Rainha". 55 minutos. 12 anos. Data: 3 de maio, sábado. Horário: 18h. Local: Sesc São João de Meriti. Endereço: Av. Automóvel Clube, 66 - Centro, São João de Meriti.
VALORES
R$ 15 (inteira). R$ 7,50 (meia entrada para casos previstos por lei, estendida a professores e classe artística mediante apresentação de registro profissional e conveniados). R$ 5,00 (credencial plena Sesc). Gratuito (PCG).